Esta história remonta a tempos antigos, quando eu ainda achava que os Power Rangers eram mais úteis que o exército brasileiro (agora acho que estão empatados).
Eu tinha por volta de 5 anos. Era um garoto grande, serelepe, feliz e de extrema beleza, como sempre. E eu tinha a Xuxa, uma enorme cachorra pastora alemã que, por muito pouco, não se chamara Roberta (minha mãe insistira que não podia ser este nome, pois minha prima chamava Roberta… e era levemente mais feia que a cachorra).
A Xuxa, ignorando qualquer método anticonceptivo, dera cria a quatorze cachorrinhos. Todos lindos. Eu os adorava. Brincava de corrida, pega-pega, lutinha. Entretanto, naquela época, a cadela era muito ciumenta e sempre tentava afastar os bebês de mim e minhas irmãs (provavelmente como ato de proteção, pois, algum tempo antes, eu e o Pedro, meu primo, havíamos colocado fogo na casinha dos cachorros).
Um dia, eu fui brincar com os animais. Mas Xuxa, como sempre, não estava com muito bom humor. Assentei, então, no chão, perto dela, colocando uma tábua no meu colo, para onde puxei os cachorrinhos. Xuxa, comovida com aquela bela cena, resolveu se assentar também na tábua.
Alguns minutos depois, minha avó (conhecida popularmente pela Mariinha como Dijandira), ouvira ao longe um choro fraco e apertado. Descera até minha casa e perguntara a minha mãe onde eu estava. Ela não sabia. Saíram as duas correndo, desesperadas, sendo guiadas pelo sexto sentido materno e “voterno”.
Ao entrarem na casinha do cachorro, encontraram a Xuxa me esmagando no chão, enquanto seus filhotes brincavam de escalar o “monte” Lucas, procurando o melhor lugar para defecar sobre ele.
O resto eu não me lembro, mas jura a minha avó que mamãe apenas dizia que me jogaria no lixo, enquanto ela lutava para descobrir se ainda havia Lucas submerso naquele monte de excrementos de cachorros.
Desde então, eu sempre quis ter um gato.